segunda-feira, 28 de julho de 2008

I. Do título e do porquê do título.

Ok. Vamos começar do começo.

Criei esse blog pra falar de fotografia.

É isso aí.

Bem simples.

Técnica, crítica, prática? Sim. Mas principalmente filografia. Ou fotosofia. Ou sei lá o quê.

Quero compartilhar com o(a) meu(minha) prezado(a) leitor(a) todas as pequenas grandiosidades que me aproximam cada vez mais da arte fotográfica. Pensamentos sobre o processo, leituras importantes, fotos geniais etc.

Este espaço será primordialmente pra dividir experiências e conhecimentos - algo que me parecia muito latente há pouco tempo. Quem sabe esse blog não se transforma numa pequena base de dados fotográficos, cresce e vira algo maior?

Eu até juraria fidelidade absoluta e permanência cega aqui. Mas irei além das palavras e tentarei demonstrar a minha próxima relação com a fotografia de maneira mais física (ou não - afinal estamos no mundo virtual).

(...)

Objetos de Melancolia - o título desse blog foi retirado de um capítulo do livro Sobre Fotografia, de Susan Sontag - leitura obrigatória que será, certamente, abordada muito em breve aqui. Desse mesmo capítulo, saiu a frase que paira sobre o blog.

Por quê? Sempre me pareceu muito irônico quando os grandes pensadores tentavam resumir a fotografia (seja como meio de comunicação, como arte ou como não-arte) através de algumas palavras. Não sei bem o porquê, mas me parece que algumas coisas simplesmente não foram feitas com algum tipo de tradução em mente. E todos cansamos de ser bombardeados pelo maior clichê fotográfico existente: "uma imagem vale mais que mil palavras". Bom, sendo assim, quantas palavras seriam necessárias para que a fotografia se transformasse em um vocábulo facilmente explicável? Quantas já foram escritas?

Há os que expliquem a fotografia como um processo químico e blábláblá. Há os que a transcrevam como uma ideologia. Whatever. Eu tento olhar a coisa de uma maneira um pouco mais ampla. Comparemos a fotografia a algo mais corriqueiro e facilmente explicável: o amor - ok, péssimo exemplo (quem acha que o amor é facilmente explicável levanta a mão). Seria o amor uma sucessão de reações químicas e hormônios interpretados pelo cérebro? Ou seria o amor apenas uma palavra, facilmente associável a um sentimento? Quem sabe o sentimento de completude e satisfação proveniente de um relacionamento estável com um outro indivíduo? Talvez aquele pôr do sol em Fernando de Noronha explique o que é o amor. E aí? E agora?

Talvez o amor esteja bem por si só, sem que as pessoas tentem explicá-lo. Mas é da constituição humana traduzir as coisas em outras coisas que serão traduzidas em outras coisas.

Talvez a fotografia estivesse bem por si só. Mas há os que nunca a deixaram quieta em seu canto. Dessa relação luxuriosa, vários livros, tratados, ensaios, artigos e idéias nasceram.

E uma dessas idéias me levou a olhar para as fotografias como se fossem objetos de melancolia - coisas que nos parecem tão presentes pelo simples fato da ausência comprovada. Mas aí estou colocando a Ferrari à frente dos 350 cavalos. Voltemos:

Tomei uma pequena frase e um título emprestados da Susan Sontag - e espero merecê-los, honestamente. Acho que, agora, é tudo o que nos basta saber.

E viajarei aqui por outras tentativas de explicação, outros ensaios, outros pensamentos - meus (sim, isso soou muito pedante) e de autores consagrados.

Explicações feitas. Resta dúvidas?

Um comentário:

neferthais disse...

fotografia é um treco du caralho, pena que poucos a enxerguem assim.

beijos :P